Regina Spektor é o perfeito estereótipo do artista que dificilmente ganharia espaço no cenário musical mercadológico brasileiro. Talvez por seu estilo diferenciado, que não segue uma linha tradicional e que muitas vezes traz traços característicos de músicas simplesmente românticas e por outra vaga em um singelo mundo do experimental. Singelo, pois quando casa sua voz suave com a simplicidade do seu piano, não se perde em excentricidade ou exageros. Ali há apenas uma variação na altura da sua voz, ou a aplicação de um falsete que diverge das idéias do que é uma música produzida para um mercado extremamente quadrado como o Mainstream (O Mainstream é definido como o mercado comercial) que raras vezes divulga um artista que não consente com a ideologia/tendência do momento. O que quero dizer é que artistas como Regina Spektor muitas vezes devem modificar suas principais características para que sejam aceitos e tornem-se um produto vendável.
Não entro na discussão (complexa discussão) do ser ruim ou não fazer parte desse mercado. Mas dentro das obras de Regina Spektor não é tão claro as mudanças entre seus CDs independentes e os através de uma gravadora. Fora a qualidade das gravações, referente às musicas que ela regravou, as alterações são quase zero, o que se pode caracterizar como uma preservação de sua arte. Mas os álbuns de Regina Spektor não eram lançados por uma gravadora de grandes proporções. Ela de fato tenta preservar as características de seus artistas, interferindo muito pouco no resultado final.
Em 2008 foi convidada para escrever uma música para a seqüência do filme “As Crônicas de Nárnia”, esse com o subtítulo de “Príncipe Caspian”. A música se chama “The Call” e é tão simples quanto qualquer outra de Regina, ignorando a presença de uma orquestra criando o corpo de quase toda a música. Característica explicita de uma atuação da Disney, já que em quase todos os produtos criado pela empresa, tem músicas quase sempre com as mesmas características.
Mas deixando de lado a discussão entre o Mainstream e o Underground, Regina Spektor é uma grande artista. Russa radicada nos Estados Unidos, ela faz parte do movimento Antifolk (música simples e experimental; que tende a criticar a seriedade do mercado Mainstream (contradição que eu deixo no ar)) de Nova York. Sua carreira em um todo é muito interessante, com as reais características do Antifolk, e vale conferir cada álbum da cantora. Sem contar com os excelentes clipes das músicas “Us” e “Fidelity”, que possuem uma direção de arte maravilhosa.
Ouça: Apres Moi; Us; Better; Fidelity.
6 comments:
Si pá ouvir um cd intero dela é capaz de curar insônia, em
Ainda não terminei de ouvir o cd que eu baixei, mas posso dizer que talento ela tem. Uma voz um tanto quanto peculiar, agressiva e confortante ao mesmo tempo. E um piano extremamente bem executado. Nada de muito complexo, a música dela passa uma calmaria que a muito não sentia. Vale bem a pena ouvir mesmo.
Belo começo de blog!
Keep up the good work, folks
Eu até gosto da voz dela e o clipe de "Us" é muito bom... Ouvi algumas músicas, mas, pra mim, não foi nada que me motivasse a baixar o cd todo dela não, hehe!
hmmmm... interessante. está ai um bom exemplo de uma boa cantora que eu nunca ouviria cantar se dependesse da divulgaçao na midia. Uma musica de textura limpa e simples, mas com uma técnica impressionante. os solfejos de Fidelity não são pra qualquer um! vale a pena dar uma olhada.
Realmente, tem uma voz muito boa. E toca piano, portanto é ainda mais interessante. Gostei. (Especialmente de Apres Moi.) Só senti que, como o instrumental não é muito complexo, às vezes a voz dela parece "boiar" no ar, meio perdida.
Gostei de algumas músicas, não me atrevo a criticar, estou longe de fazer algo semelhante! A crítica é pra quem pode!(poucos)
A sua singeleza é o que mais encantou-me!
Roubando uma frase: belo começo de blog! Ou melhor, que prudência para descreve-la!
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